Dia 24 de junho, às 18h30, em frente ao Teatro da UNIVALI, Campus de Itajaí
ADESSC REAFIRMA SUAS DENÚNCIAS, PROTESTA DIANTE DA ATITUDE DA REITORIA DA UNIVALI E DEFENDE SUA LEGITIMIDADE
A Diretoria da Associação dos Docentes de Ensino Superior de Santa Catarina (ADESSC), Sessão Sindical Multi-Institucional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), manifesta publicamente o seu protesto diante da atitude do Reitor da UNIVALI, Senhor José Roberto Provesi em relação à crise da UNIVALI denunciada no Informativo divulgado pela ADESSC.
Ele não pode negar que houve as demissões em massa de trabalhadores da UNIVALI entre 2007 e o início do período letivo de 2008 (cerca de 400 exonerados) denunciadas pela ADESSC.
Não pode negar que, desde o início da sua gestão, os benefícios dos trabalhadores vêm sendo cortados; nem pode negar que há uma insegurança generalizada dos professores (a imensa maioria “horistas”, com contrato de trabalho precário) com a constante oscilação e cortes da carga horária.
Não pode negar as demissões dos profissionais da Rádio e da TV UNIVALI (que “deixou de produzir programação própria como televisão educativa” de Itajaí e degradou-se à condição de mera repetidora). Não pode negar que está ocorrendo uma nova onda massiva de demissões de professores e funcionários técnico-administrativos.
Não nega que centenas de outros trabalhadores da educação serão demitidos. Não nega as notícias divulgadas de que o campus do Balneário de Piçarras e o campus de São José “deixarão de funcionar” e que outros setores serão desativados.
Não pode negar nenhuma de nossas denúncias sobre as situações pretéritas ou em processo porque elas são verdadeiras. Não nega as ameaças que pesam sobre o futuro da UNIVALI porque sua administração de fato pretende efetiva-las.
Uma atitude séria diante da crise passaria por: atender a reivindicação da ADESSC de “imediata transparência nas contas financeiras da UNIVALI”; esclarecer os números (e as causas) do alegado “endividamento financeiro”, cujo “equacionamento” seria obtido através das demissões; falar a verdade sobre o que vai acontecer com os campi que estão sob risco de desativação.
No entanto, a reitoria se nega a responder nossas reivindicações e escolhe o tortuoso caminho de tentar desqualificar o nosso sindicato: toma partido ao lado do SINPROESC em uma disputa judicial em curso com a ADESSC e apela para a ridícula, leviana e caluniosa acusação de que “o sindicato [a ADESSC] esconde interesses de grupos financeiros que querem prejudicar a universidade peixeira” (declaração atribuída ao reitor da UNIVALI, até agora não desmentida, In: “Sindicato Fajuto Lança Nota Detonando Univali”, Jornal “Diarinho”, 19/06/08, p. 10).
Nós, da diretoria da ADESSC, prezamos a verdade, lutamos de modo intransigente pela liberdade de organização sindical em todas as Instituições de Ensino Superior (IES) e sabemos defender nossa legitimidade e reputação.
A ADESSC é uma Sessão Sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
O ANDES-SN foi fundado em 1981 como Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior. Sete anos depois, após a promulgação da Constituição Federal de 1988, passou a ser Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. O ANDES-SN é um dos mais representativos e respeitados sindicatos do nosso país. Conta com mais de 75 mil sindicalizados de IES federais, estaduais, municipais e particulares. Está representado em todo território nacional pelas suas 116 Seções Sindicais.
O ANDES-SN rompeu com a estrutura sindical autocrática implantada no Brasil na década de 1930 e cristalizada pela ditadura militar, organizando-se como entidade democrática e autônoma diante do Estado e dos partidos políticos, patrões e credos religiosos.
O ANDES-SN tem uma estrutura formada pela Diretoria (nacional), diretorias regionais e seções sindicais. O ANDES-SN é uma das poucas organizações nacionais (ao contrário de outros sindicatos e federações) a realizar eleições diretas para definir democraticamente seus dirigentes; realiza Congressos Nacionais anuais e vem se consolidando pela organização de base nos locais de trabalho, de modo que todas as decisões são deliberadas pela base.
As seções sindicais do ANDES-SN possuem autonomia financeira, política, patrimonial e administrativa, com regimento geral e diretoria própria. Em Santa Catarina, a ADESSC vem se somar às duas outras Seções Sindicais do ANDES-SN: a pioneira APUFSC (fundadora do ANDES, formada no final dos anos 1970 no calor da luta contra a ditadura) e a APRUDESC.
A ADESSC nasceu para responder à necessidade histórica de ampliar a luta pelos interesses e direitos dos professores universitários catarinenses; ela surgiu para organizar e representar os docentes das IES que são Fundações Municipais do Sistema ACAFE e todos os docentes das Instituições Particulares de Ensino Superior de Santa Catarina. Foi criada em 2004, homologada no 23ºCongresso do ANDES-SN do mesmo ano e formou uma Diretoria Provisória eleita em Assembléia Geral Estadual no ano de 2005.
Nos dias 13 e 14 de maio de 2008 realizamos a primeira eleição direta da primeira Diretoria não-provisória da ADESSC, juntamente com a eleição da Diretoria do ANDES-SN, ambas para o período 2008-2010. A ADESSC acompanha as tradições do ANDES-SN e prevê estatutariamente o voto direto da base para garantir a representatividade e legitimidade da diretoria eleita.
De fato, existe uma competição entre o ANDES-SN e “os SINPROs”, não só em Santa Catarina, mas em vários estados do país. Nós consideramos que a categoria dos professores universitários tem características diferenciadas em relação aos professores do ensino primário e secundário e necessita de uma organização sindical que defenda seus interesses e direitos e responda às funções sociais e possibilidades específicas de trabalhadores docentes de Instituições de Ensino Superior.
A competição entre projetos sindicais diferenciados é legítima, mas o SINPROESC sempre tentou impedir por via cartorial a organização de sindicatos de professores universitários em geral e Seções Sindicais ligadas ao ANDES-SN em particular.
A citada “decisão” da Justiça Trabalhista de 2006, no entanto, não atinge a ADESSC e sim o SINDESSC (entidade que foi dissolvida); e aquela sentença não impede de modo algum a organização da ADESSC e de outras seções sindicais por parte do ANDES-SN em Santa Catarina. O SINPROESC manipula tal sentença para tentar impedir a organização da ADESSC.
O setor jurídico do ANDES-SN está agindo para derrotar este expediente desta vestuta entidade, que nas suas décadas de vida “brilha” pela ausência nos campi, pela abstenção na defesa efetiva dos interesses dos professores universitários e pelo servilismo pelego em relação aos empresários da educação.
Nós, da ADESSC, combatemos todas as formas de mercantilização da educação. Lutamos pela transformação do SISTEMA ACAFE em Universidades efetivamente públicas e gratuitas, autônomas e democráticas, críticas e criadoras, adequadas à realidade catarinense e às necessidades do povo trabalhador.
A ADESSC preocupa-se em não separar o trabalho acadêmico da realidade social; vinculando, na prática, a luta dos docentes às lutas de outros trabalhadores. Estamos empenhados em construir uma proposta para a Universidade vinculada aos problemas históricos vivenciados pela maioria dos trabalhadores e enfrentados pelos movimentos sociais que reivindicam emprego, trabalho, transporte, moradia, terra, educação e saúde.
A nossa defesa da UNIVALI não se confunde com subserviência aos grupos oligárquicos que hoje a dirigem. Lutamos por verbas orçamentárias do poder público para a UNIVALI, desde que sejam contabilizadas como verbas públicas, mediante a abertura do conjunto dos seus livros contábeis, e aplicadas sob o estrito controle democrático da comunidade universitária.
Essas verbas devem servir para viabilizar vitórias na luta pelo rebaixamento das mensalidades dos estudantes (rumo ao ensino plenamente gratuito) e por aumentos salariais para professores e funcionários; assim como, para garantir que a melhoria das condições de ensino e os custos do programas de pesquisa e extensão de interesse social não sejam repassados para as mensalidades. A luta pelo fim do ensino pago está ligada à luta pela ampliação do financiamento público e da democracia interna (em direção ao pleno financiamento público sob Regime Jurídico de Autarquia).
Conforme consta no Programa da Chapa “Autônoma Democrática e de Lutas”, em torno do qual fomos eleitos para dirigir a ADESSC, lutamos por eleição direta para reitor e de todos os dirigentes em todas as Universidades e IES. Lutamos pela democratização dos Conselhos Deliberativos Superiores e demais órgãos colegiados, tornando-os paritários.
É necessário fazer valer imediatamente o cumprimento do artigo 169, I, da Constituição do Estado de Santa Catarina, que estabelece a “competência do Estado para legislar em matéria de direito educacional pertinente às instituições de ensino superior mantidas pelo poder público municipal”, que junto com a UDESC formam as “Instituições Universitárias do Sistema Estadual de Ensino”, o qual prescreve a obrigação da gestão democrática: a “autonomia didático-científica e administrativa (...) garantida a gestão democrática de ensino através de:
1. Eleição direta para cargos dirigentes; 2. Participação de representantes dos diversos segmentos da comunidade universitária nos conselhos deliberativos; 3. Liberdade de organização e manifestação dos diversos segmentos da comunidade universitária”.
TODOS AO ATO PÚBLICO EM DEFESA DA UNIVALI!
Dia 24 de junho, às 18h30, em frente ao Teatro da UNIVALI, Campus de Itajaí